Celebrado neste sábado (8), o Dia Mundial da Alfabetização é uma data criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para reforçar a importância dessa ferramenta de dignidade e que afeta o desenvolvimento de todo o País.
No Brasil, a taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais vem em trajetória de queda, chegando a 7% em 2017, frente a 7,2% em 2016, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, ainda são 11,5 milhões de pessoas que não sabem ler ou escrever, sendo 19,3% maiores de 60 anos e concentradas nas regiões Nordeste (14,5%) e Norte (8%). Há também o recorte racial: do total de analfabetos, há mais que o dobro de pretos e pardos (9,3%) do que brancos (4,0%).
“Vemos uma redução pois os idosos estão falecendo e as crianças estão entrando na escola e sendo alfabetizadas”, explica Marina Águas, analista do IBGE. “A taxa de 2017 é menor, mas ainda não chegou à meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que, para 2015, era de 6,5% e no final do plano, que é 2024, a expectativa é erradicar o analfabetismo”.
Futuro
Para enfrentar esse desafio, o governo federal atua em programas que visam ampliar a alfabetização de adultos e melhorar a qualidade da educação infantil, o objetivo é garantir que as crianças sejam alfabetizadas em tempo adequado e não saiam do sistema escolar.
Em um dos programas, as escolas recebem apoio técnico e financeiro para assegurar a alfabetização dos estudantes dos 1º e 2º anos do ensino fundamental — mais de 40 mil escolas em todos os estados já estão participando. O outro abrange do 3º ao 9º anos do ensino fundamental, ampliando a jornada escolar e fortalecendo o aprendizado de língua portuguesa e matemática. Segundo o MEC, 7,5 mil escolas já fazem parte, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
A aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também é mais um elemento para reduzir o analfabetismo, pois define que as crianças devem estar alfabetizadas até o 2º ano do ensino fundamental, lembra o diretor Raph Gomes Alves, da Diretoria de Currículos e Educação Integral do Ministério da Educação.
“Um ponto importante é que o País não tinha organização dos currículos e desde dezembro estamos com a base curricular homologada, sendo bem explícito o que ele deve aprender no ensino fundamental", destaca. "Essa iniciativa de ter um parâmetro já é um ponto para reduzir a desigualdade educacional, estamos ajudando os estados e municípios a construir os currículos e depois na qualificação dos professores”.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do IBGE e do Ministério da Educação (MEC)