A paralisação é uma resposta ao pacote de redução de gastos anunciado pela direção da universidade, que passa por sua pior crise financeira
Servidores e funcionários terceirizados da Universidade de Brasília (UnB) decretaram nesta terça-feira (24/4), por tempo indeterminado. A decisão aconteceu como uma resposta ao pacote de redução de gastos – com demissões, fim de subsídios, revisão de contratos e serviços – anunciado pela instituição, que passa por sua pior crise financeira. Sobre a decisão, os professores ainda não definiram se vão aderir à paralisação.
A Reitoria afirmou que o rombo nas contas da Universidade chega a R$ 92,3 milhões. Segundo a instituição de ensino, as aulas podem ser suspensas a partir de agosto, caso não haja alguma providência.
De acordo com o diretor de Informação do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Antônio César Guedes, 58 anos, o momento de parar é agora: “Vamos para a luta, defender aquilo que achamos justo. Caso contrário, perdemos o bonde da história e tudo vai continuar da mesma forma”
Ocupação
O clima na UnB é de muita tensão. O prédio da Reitoria está ocupado por estudantes. Toda essa movimentação, segundo a direção da instituição, pode atrasar pagamentos a bolsistas, estagiários, servidores e terceirizados, feitos no primeiro dia útil de cada mês. Neste caso, a data cairá na quarta-feira da próxima semana, 2 de maio.
Após ameaçar demitir cerca de mil estagiários a partir deste mês, a direção da Universidade voltou atrás. Na segunda (23), após reunião com representantes de trabalhadores e alunos, a UnB prorrogou por mais 30 dias a vigência dos contratos de estágio da instituição. Dessa forma, os desligamentos que seriam feitos de ofício no dia 30 de abril estão suspensos.
A medida estratégica busca avaliar quantos estagiários serão absorvidos por suas unidades. Após essa fase, serão desligados apenas aqueles não subsidiados pelo orçamento próprio de cada centro de custo.