Crise no Hospital da Criança coloca em risco a inauguração do Bloco 2

 

Embora diga que pretende abrir o novo espaço até julho, Rollemberg já havia manifestado receio sobre o futuro da unidade

Enquanto tenta manter o Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe) à frente do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), o Governo do Distrito Federal (GDF) enfrenta outro impasse envolvendo a ampliação da unidade. A dúvida sobre o futuro do equipamento público assombra não só o Executivo local, mas também familiares de pacientes.

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) considerou, em algumas declarações, a saída do Icipe como uma “tragédia” que ainda colocou em xeque o funcionamento da nova ala. Com dificuldade de contratar pediatras para a rede pública, segundo o chefe do Palácio do Buriti, o Bloco 2, com 202 leitos e centro cirúrgico, seria capaz de atender toda a demanda de média e alta complexidades do Distrito Federal.

A tese é confirmada pela presidente da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace), Maria Ângela Marini. Para ela, se realmente o GDF assumir a gestão do HCB no lugar do Icipe, a inauguração do Bloco 2 poderá ser prejudicada.

Na terça-feira (17/4), porém, Rollemberg afirmou que está “fazendo todo o esforço para inaugurar a segunda etapa do Hospital da Criança”. De acordo com ele, isso ocorrerá até julho. O chefe do Palácio do Buriti ainda sustentou que, embora “tenham surgido alguns problemas”, o governo está “empenhado em resolvê-los e garantir para a comunidade um hospital melhor e mais amplo no menor prazo possível”.

A expectativa do GDF é derrubar, em até um mês, a decisão que proibiu o Icipe de firmar contratos com o poder público por três anos. A condenação desencadeou a renúncia da administração pela entidade (leia mais abaixo).

O Bloco 2


Especializado em tratamento pediátrico, o HCB atende, gratuitamente, pacientes encaminhados por outras unidades públicas. De acordo com a Secretaria de Saúde, o Bloco 2 terá 22 mil metros quadrados, 164 leitos de internação e 38 de UTI. Possuirá, ainda, laboratórios de análises clínicas e hematologia, unidade administrativa, área de apoio e um centro de ensino e pesquisa, entre outros serviços.

A obra é conduzida pela Organização Mundial da Família, em parceria com o GDF. O convênio, de R$ 102 milhões, foi assinado em 2012. No aniversário da unidade, em novembro de 2017, o Executivo local informou que a participação financeira é de 80,2%, equivalente a R$ 82 milhões.

A promessa é que com novo prédio ampliará o atendimento do Bloco 1, inaugurado em 2011. O espaço tem 7 mil metros quadrados – são 30 consultórios médicos e 18 leitos de internação. Segundo a assessoria do Icipe, foram realizados 2,7 milhões de atendimentos até o fim de março de 2018.

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