A reitora da UnB, Márcia Abrahão, disse que aposta no diálogo para contornar a situação
A reitoria da Universidade de Brasília (UnB) deve ficar ocupada pelo menos até quinta-feira (19/4), quando uma audiência pública vai discutir os cortes financeiros da instituição, que enfrenta a pior crise da sua história. Os estudantes estão no local desde o dia 12.
Representantes dos alunos, como UNE e DCE, do Ministério da Educação (MEC), da Fasubra Sindical, da reitoria e do movimento Ocupa UnB estiveram presentes em uma reunião nesta segunda-feira (16), no anexo III da Câmara dos Deputados. Apenas o governo federal não confirmou presença na mesa pública marcada para esta quinta.
A reitora da UnB, Márcia Abrahão, disse que aposta na comunicação para contornar o problema. “Sábado [14] estive lá e conversei com eles [manifestantes]. Vamos atender o pedido da mesa pública, e tudo será feito dentro do diálogo”, disse. O fornecimento de água e luz está mantido no prédio e o comando da universidade não cogita entrar com pedido de reintegração de posse na Justiça.
Os estudantes não detalharam condições para deixar o local. Eles denunciaram que duas bombas teriam sido jogadas na madrugada desta segunda, próximo à reitoria, pela PM. A corporação nega.
“A Polícia Militar não está atuando na ocupação da reitoria da UnB, mas sim a Polícia Federal. São feitas rondas periódicas como em toda a extensão da universidade. Logo, desconhecemos a situação mencionada”, informou.
Na quinta (12), durante a ocupação, o clima ficou tenso na Universidade de Brasília. Cerca de 500 pessoas marcharam para o prédio, segundo cálculos da Polícia Militar. Os manifestantes pediram a chave para entrar. Como não foram atendidos, forçaram a entrada, pularam janelas e chegaram a quebrar vidros.
Alguns estavam com o rosto coberto, assim como na Esplanada dos Ministérios na tarde de terça (10), quando picharam, quebraram vidraças e câmeras de segurança no FNDE e no MEC. Na ocasião, os manifestantes chegaram a entrar em conflito com a PM.