Aprendendo a falar a língua do seu cão

Através da expressão corporal, é possível aprender um pouco mais sobre seu pet e evitar futuros problemas

(Reprodução)

Quando um cão chega ao lar, ele se torna um novo membro da família. O carinho é tanto que passa a ser fácil ler algumas expressões do pet, como a cauda balançando de felicidade ou o velho olhar de pidão quando deseja um petisco. Mas você já se perguntou o que outras expressões um pouco mais complexas estão querendo te dizer? Por exemplo, quando o cãozinho levanta as orelhas e a cauda, e de boca aberta, te encara, a resposta é simples — os sinais retratam a felicidade do mesmo. Porém, a expressão corporal revela uma infinidade de sentimentos e desejos, sendo a sociabilidade do pet um dos assuntos mais releváveis.

De acordo com Vilmar De Oliveira, fundador da FuncionalDog Coaching e referência no mercado há 28 anos, cada posição da cauda ou da orelha e diferentes tipos de olhares tem um significado que pode ser redefinido pelos sinais que o acompanham. Orelhas para frente representam curiosidade e interesse, assim como a cabeça inclinada. “Orelha para trás, por outro lado, pode significar desconforto ou apreensão. Se vier junto com um rosnado, é agressividade na certa”, explica.

Para o adestrador, a leitura das expressões corporais ajudam muito no tratamento de problemas comportamentais, tal qual a ansiedade e o estresse. “Entender esses olhares e movimentos auxilia, principalmente, a se antecipar em relação a futuros transtornos, como uma mordida, por exemplo.” A ansiedade é algo comum entre a espécie, mas para o dono do bichinho, isso tende a passar despercebido. Seguida do estresse, podemos considerar os dois como questões que afetam não só o pet, mas também a família e comunidade em que vive.

“É comum que alguns comportamentos não sejam percebidos pelos seus reais sentidos, pois parecem inofensivos. Mas é de extrema importância que os tutores entendam quando o cão não está confortável ou estressado, por exemplo”, detalha Vilmar. Na escala que antecede uma mordida, o pet tende a se espreguiçar e alongar com frequência, além de evitar o contato visual. Isso acontece com frequência quando os pets não estão acostumados com multidões ou outros bichos. Segundo o veterinário inglês, comportamentalista animal e escritor, Ian Dunbar, é ideal que, ainda nos primeiros meses de vida, o filhote tenha contato com pelo menos cem pessoas diferentes para, assim, crescer livre de problemas de socialização.

No caso de latidos em excesso, também é essencial manter-se atento. Os cães latem para chamar atenção, responder a outros cães, indicar que estão felizes e alertar humanos sobre algo errado. Infelizmente, o pet pode detectar algo inofensivo como problema e transformar a situação em um grande transtorno para os que o rodeiam. Um funcionário novo na casa ou simplesmente alguém fazendo reparos no condomínio pode ser uma ameaça para aquele cão que sofre com distúrbios de sociabilidade. Por isso, é preciso ficar ligado aos latidos que se perduram por um período muito longo.

Para o especialista, entender a linguagem corporal do seu cão vai além de promover o bem-estar da comunidade em sua volta — é uma questão de saúde mental. “Trata-se da prevenção de problemas de saúde. Um cão com alto nível de estresse, pode desenvolver doenças graves que envolvem o fígado, por exemplo, enquanto uma depressão pode reduzir o tempo de vida do pet”, finaliza.

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