A mais radical revolução no tempo e no espaço possibilita à humanidade diversas experiências culturais
O Telepod é uma cabine de teleportação que integra a mostra Teleport City, de Gabriela Bilá. A obra será levada para a Rodoviária do Plano Piloto como uma intervenção urbana, na quarta (8 de novembro), de 9 às 18 horas. Trata-se de uma ação pública que visa convidar os transeuntes para visitar a exposição em exibição no Museu Nacional da República de 15 de novembro a 05 de dezembro, com entrada franca e visitas orientadas pelo Programa Educativo, com mediadores fluentes na linguagem de Libras.
Na Rodoviária, a obra Telepod simula as cabines de teleportação que convidam o visitante para uma nova experiência. Dentro dela, são exibidos vídeos de locais do mundo, que o visitante pode escolher por coordenada, fuso, clima ou atividade.
"Ao entrar na cabine, a pessoa tira uma foto. Esta foto ficará na tela ao lado dela durante todo o uso. Ela pode tanto clicar seu retrato com o celular quanto acessar a internet para capturá-la. Esta imagem automaticamente sobe para o nosso banco de dados e segue para o perfil @teleportfaces". Detalha Gabriela Bilá.
Sobre a mostra
"Teleport City é uma pesquisa que surge a partir da hipótese da existência do teletransporte como um meio de transporte em massa. Se o teletransporte existisse e fosse possível, o que acontece a partir daí? Que novas síndromes as pessoas podem desenvolver a partir desta possibilidade de você explorar o mundo instantaneamente para qualquer lugar? O que você faz com as ruas que você não precisa mais para passar com o carro? Em algumas culturas estas ruas podem se tornar prédios, em outras você pode encher com parques. Que novos produtos vão ter que existir para te ajudar? O que acontece com os ciclos a partir do momento em que você pode pular de fusos horários? Você pode, por exemplo, estender o dia para sempre." Provoca Gabriela Bilá.
"Teleport City" lida com uma série de hipóteses sobre o mundo depois do advento do teletransporte. O projeto concebe um mundo a partir da hipótese da invenção do teletransporte, uma metáfora sobre um possível transporte de massa ilimitado e instantâneo. A mais radical revolução no tempo e no espaço possibilita à humanidade diversas experiências culturais.
Novas formas de morar, transformações no espaço urbano, relações entre histórias e culturas, movimentos sociais pela defesa do ciclo biológico da vida humana, novas patologias – enfim, questões cotidianas, culturais, sociológicas e antropológicas encontram- se cingidas por uma trama futurista.
"Estas hipóteses que estavam em formatos de textos e desenhos foram transformadas em cinco instalações que fundem Arte e Tecnologia, como obras que incluem recursos como o video mapping e sistemas mecatrônicos." Conta Gabriela Bilá e destaca que a exposição tem Patrocínio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura - e apoio do Itaú Cultural através do edital Rumos: “Ambas fontes de financiamento foram fundamentais para o desenvolvimento cuidadoso de obras tecnicamente tão complexas”.
Em um mundo que se transforma em velocidade exponencial, imaginar novos cenários surgidos a partir de tecnologias e eventos inéditos é um exercício necessário. O mundo criado em "Teleport City" é um convite à fantasia e à reflexão sobre um futuro provável, ao qual somos conduzidos pelos caminhos venturosos da Arte e Tecnologia.
O projeto é composto por instalações, publicação impressa, intervenção urbana e trilha sonora. As cinco obras misturam linguagens híbridas da Arte, Tecnologia e Arquitetura e se dividem em Mundo Mosaico, Cidade Estante, Painel Teleport, Cartografia do Desejo e Telepod.
Gabriela Bílá (Brasília, 1990). Artista multimídia. Arquiteta formada pela FAU UnB, utiliza a discussão da cidade contemporânea como matéria prima de seu trabalho. Arquitetura e urbanidade são bases da expressão plástica da sua produção, que faz uso de novas mídias e tecnologias para pensar a cidade. Autora do Novo Guia de Brasília, selecionado pelo Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo como um dos livros essenciais para entender a preservação do patrimônio. Hoje reside em Brasília onde trabalha em seu Novo Estúdio BSB, depois de ter passado por Berlim e Rotterdam, atuando de forma multidisciplinar em escritórios de arquitetura como o OMA, de Rem Koolhaas.