Grupo Kriptacoin, criador da moeda digital de mesmo nome, é acusado de diversos crimes
Uma megaoperação desencadeada pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor e Fraudes (Corf), da Polícia Civil, aliada à Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor (Prodecon), levou à prisão, nesta quinta-feira (21/09), de sócios e diretores da empresa Wall Street Corporate, a criadora da moeda digital Kriptacoin. Dentre os crimes investigados, estão lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsificação de documentos e pirâmide financeira. De acordo com os investigadores, a organização movimentou R$ 250 milhões, além de enganar mais de 40 mil pessoas, que investiram na moeda.
São 13 mandados de prisão preventiva e outros 18 de busca e apreensão no DF e no Goiás. Também foi autorizada, pela 8ª Vara Criminal de Brasília, a quebra do sigilo bancário, das redes sociais e o bloqueio de bens de todos os suspeitos.
Dois dos principais alvos são os irmãos Welbert Richard Viana Marinho, 37 anos, e Weverton Viana Marinho, 34. Não há publicação de seus nomes no site da empresa, e também não existe relação de sociedade entre eles e a empresa, nos dados da Receita Federal. Apesar disso, os irmãos se apresentam como presidentes do grupo. Outro alvo da operação é o empresário Fernando Ewerton, 30, que além de tudo, ainda é herdeiro de uma concessionária aqui no DF.
Esquema de atuação
Para praticarem os crimes dos quais são investigados, os sócios atuavam por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos. Durante as apresentações do “negócio”, eles prometiam lucros de pelo menos 1% ao dia, captando investidores deslumbrados com o dinheiro fácil. Neste ano, apenas, a Kriptacoin acumulou R$ 5 milhões em investimentos. Segundo os investigadores, a pirâmide criada pela Kriptacoin está prestes a ruir, visto que não vai ser possível sacar os investimentos, devido à insustentabilidade do negócio. Ainda de acordo com as autoridades, trata-se de crime contra a economia popular.
Vale lembrar que os investidores não cometeram crime algum. Apenas os operadores da moeda, que aplicaram o “golpe”.
Na investigação, a equipe da Corf, liderada pelo delegado Wisley Salomão, descobriu a existência da empresa denominada “Kripta Coin Investimentos em Tecnologia Ltda ME”. Essa pessoa jurídica estava em nome de Wendell Pires Alencar e Hélio Xavier Gomes. Estes seriam nomes falsos. No Ministério Público, a Operação Patrick é conduzida pelo promotor de Justiça Paulo Binicheski.
Uma das vítimas da corrente contou aos investigadores que tentou sacar os R$ 176.188,14 investidos, mas teve o pedido recusado e ainda se sentiu ameaçado por seguranças da empresa.