Centros de atendimento prestam apoio a vítimas de violência doméstica

Nos seis primeiros meses deste ano, 1.744 mulheres tiveram acompanhamento psicológico, assistencial e jurídico

Vítima de violência doméstica, a dona de casa de 44 anos que prefere não se identificar foi uma das 1.744 mulheres atendidas, de janeiro a junho deste ano, nos centros especializados de atendimento à mulher
Vítima de violência doméstica, a dona de casa de 44 anos que prefere não se identificar foi uma das 1.744 mulheres atendidas, de janeiro a junho deste ano, nos centros especializados de atendimento à mulher
(Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília)

Vítima de violência doméstica, a dona de casa de 44 anos que prefere não se identificar foi uma das 1.744 mulheres atendidas, de janeiro a junho deste ano, nos centros especializados de atendimento à mulher (Ceam) da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Ela recebeu acompanhamento psicológico, assistencial e jurídico.

Leia mais notícias em Cidade

Para a moradora do Recanto das Emas, foi difícil se impor ao marido, com quem viveu mais de 20 anos e de quem sofria agressões verbais, morais e até físicas. Somente com o apoio da psicóloga do Ceam, encontrou forças para exigir que o marido saísse de casa. “Ele fazia com que eu me sentisse uma inútil”, conta a mulher, que mal saía de casa por conta dos ciúmes dele. Hoje, ela retomou os estudos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O atendimento da dona de casa foi no Ceam da 102 Sul, o mais antigo do DF, com cinco anos de existência. Com uma equipe de bacharéis em direito, psicólogos e assistentes sociais, o local atende mulheres acima de 18 anos vítimas de violência doméstica, e o objetivo é promover a superação delas por meio de oficinas, cursos e palestras, entre outros eventos.

Também são atendidos no Ceam da 102 Sul transexuais travestis, tanto por demanda espontânea quanto por encaminhamento da Justiça.

Segundo a chefe do centro, Graciele Reis, o trabalho é desmistificar alguns conceitos recebidos desde a infância, como a obrigação de ser mãe ou dona de casa. Ela conta que a maioria dos casos envolve mulheres dependentes dos parceiros. “Trabalhamos no fortalecimento delas para exercerem o direito de ir e vir.”

Fazem parte da rede de proteção à mulher no DF:

  • quatro centros especializados em questões do gênero feminino
  • nove núcleos de atendimento a famílias e aos autores de violência doméstica
  • a Casa Abrigo
  • a Casa da Mulher Brasileira
  • a Unidade Móvel de Atendimento às Mulheres Rurais e do Cerrado

Esses equipamentos públicos somaram 12.794 atendimentos nos seis primeiros meses de 2017.

Serviço de prevenção e enfrentamento da violência

De acordo com a secretária adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Márcia de Alencar, o governo oferece, além da rede da proteção, um serviço de prevenção e enfrentamento da violência.

A secretária ressalta que é preciso fortalecer a autonomia financeira feminina, com cursos profissionalizantes oferecidos na Casa da Mulher Brasileira, por exemplo. “A dependência emocional e econômica cria comportamentos bastante desagregadores nos vínculos e nas relações familiares.”

Márcia de Alencar lembra ainda a importância da Lei Maria da Penha, que completou 11 anos em 7 agosto e que fortaleceu a luta contra violência doméstica. “A lei é um marco legal extremamente importante; ela rompe com um histórico de invisibilidade e dá instrumentos para a mulher romper esse ciclo de violência”, opina a secretária adjunta.

Matéria retirada de Agência Brasília

Revista Águas Claras

Seu canal de notícas em Águas Claras, Brasília e Brasil.

Email:

contato @revistaaguasclaras.com.br

 

Fax:

+061 3034 0000 / 9908 9100