Pelo menos 30% da população mundial tem esse hábito
O hábito de roer as unhas pode estar relacionado, além da ansiedade, ao nervosismo, a fome, ao TOC, a insegurança, ao tédio e, também, a decepção. Uma pesquisa recente publicada pela revista Iranian Journal Of Medical Sciences, ressalta que pelo menos 30% da população mundial tem esse hábito e pode atingir qualquer faixa etária, desde a adolescência a idade adulta.
O médico dermatologista, Dr. Luciano Morgado, conta que é um quadro muito frequente, principalmente em crianças e adolescentes, que somam cerca de 60%, já nos adultos totalizam 10%. “Em muitos casos está relacionado ao transtorno de ansiedade. A pessoa transfere a descarga emocional para esse hábito. O Transtorno Obsessivo Compulsivo também é uma das causas dessa manifestação clínica”, observa.
Mordiscar as unhas pode acarretar outros problemas de saúde, pois facilitam o aparecimento de infecções bacteriana e virais. Podem surgir pequenas verrugas ao redor das unhas, ou a paroníquia (infecção bacteriana e fúngica), que inflama e causa deformação na unha, causando desconforto. “Esse hábito pode transmitir hepatite A, decorrente dos micro-organismos presentes nas mãos. Pode afetar também os dentes, como os desgastes e alteração da arcada dentária”, ressalta o médico.
O especialista ressalta que o paciente precisa assumir esse hábito para que tenha maior efetividade no tratamento. Ele conta que as mulheres têm mais dificuldade de aceitar o transtorno e só buscam tratamento quando há alteração nas unhas. “Para o tratamento ser efetivo, pode haver medicação, bases formuladas de gosto amargo, psicoterapia e medicação junto ao psiquiatra para tratar a ansiedade”, completa Luciano Morgado.