Especialista alerta sobre depressão

No Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros

(Foto: Reprodução/Internet)

A depressão não discrimina e pode afetar pessoas de todas as idades, raças, crenças e origens. De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em nível mundial, mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, um aumento de mais de 18% entre 2005 e 2015. No Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros.

A falta de apoio às pessoas com transtornos mentais, juntamente com o medo do estigma, impede muitas pessoas de procurarem o tratamento necessário para viver vidas saudáveis. Isso pode interferir nos relacionamentos (sociais, familiares e profissionais) e diminuir a autoestima ou o interesse em desenvolver projetos pessoais. A depressão também é um fator de risco para o suicídio, que acaba com milhares de vidas a cada ano.

A doença

A depressão é um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza constante e uma perda de interesse por atividades diversas, inclusive aquelas que a pessoa normalmente gosta. Estes sintomas, que podem ser leves, moderados ou graves, quando persistem, geralmente duram cerca de duas semanas no mínimo ou meses podendo ocorrer em episódios ou ciclos também. Neste momento a pessoa evita refletir sobre si mesmo ou acaba desvalorizando suas emoções, o que é trágico na realidade.

Difícil de ser reconhecida ou identificada pelo paciente, pois culturalmente ocorre uma supressão das emoções na tentativa de cumprir obrigações e responsabilidades do dia, a depressão é considerada um transtorno psicopatológico. "O indivíduo não tem condições, ânimo ou motivação para desenvolver suas atividades rotineiras", explica a psicóloga Amsha Lima, parceira do Hospital Anchieta.

Sintomas

De acordo com a especialista, as pesquisas e teorias da psicologia relacionam o histórico de vida e o significado gerado destas experiências com as causas da depressão: eventos traumáticos; limitações físicas; doenças crônicas; situações de estresse no trabalho que perdurem por muito tempo; perda de alguém ou de algum evento importante, etc.

"No entanto também sabemos que os sintomas podem se desenvolver sem que ocorra um evento específico. Pessoas com diagnóstico de depressão podem apresentar baixa autoestima; humor rebaixado; redução do contato interpessoal; constante desvalorização e baixo cuidado pessoal (aparência, higiene). Também podem apresentar insônia e inibição de apetite. Em casos mais graves, pode ocorrer a sensação de despersonalização, também conhecida como Transtorno de despersonalização, geralmente associado a depressão ou ansiedade em grau maior, quando o indivíduo vive uma espécie de distanciamento, parece estranho a si mesmo ou não reconhece suas emoções ou aspectos físicos", alerta a psicóloga.

Tratamento

Normalmente o tratamento é realizado com acompanhamento psicológico e psiquiátrico. O acompanhamento auxilia o indivíduo a lidar com suas emoções e crenças por meio de técnicas específicas e psicoeducação. "A família exerce papel fundamental no acompanhamento. É importante que o indivíduo com diagnóstico de depressão saiba que pode falar de suas dificuldades, angústias ou limitações. Mas para isso ele precisa se sentir seguro e acolhido neste espaço de troca. Familiares e amigos podem ser excelentes ouvintes e auxiliar na minimização do desconforto emocional".

Depressão x Tristeza x Desânimo x Distimia

Segundo a especialista, a depressão interfere no humor e no interesse, é resultado de emoções não desenvolvidas como a tristeza por exemplo. Ocorrendo os sintomas característicos de maneira marcante, pode durar semanas ou meses ou anos, alternando para fases onde o indivíduo consegue melhorar sua estabilidade emocional.

"A tristeza é uma das emoções básicas do ser humano e está relacionada a uma percepção distorcida de um evento ou de si mesmo e sua atuação no mundo. Já o desânimo é entendido como uma indisposição para algo. Pode estar relacionado a eventos específicos e também pode ser de curta ou média duração. Também pode estar associado ao que se conhece por “estado depressivo” onde o indivíduo passa períodos de desânimo com e depois retoma o interesse nas atividades cotidianas", afirma Amsha Lima.

Na distimia observa-se uma tendência ao pessimismo e autocrítica. Os sintomas são próximos da depressão, dentre eles pode-se identificar baixa autoestima; inércia; cansaço extremo; queixas frequentes; dificuldade de concentração, etc.

“As pessoas com diagnóstico de Transtorno Distímico ou Distimia geralmente são aquelas que, diante do comportamento irritado ou de mau-humor percebem ou acreditam que ‘sempre foram assim’ e descrevem seu humor como triste ou ‘na fossa’. A característica essencial do Transtorno Distímico é um humor cronicamente deprimido que ocorre na maior parte do dia, na maioria dos dias, por pelo menos 2 anos. Em crianças, o humor pode ser irritável ao invés de deprimido, e a duração mínima exigida é de apenas 1 ano, segundo critérios do DMS-V (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais)”, conclui a especialista.

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