Atividades físicas são de extrema importância para o tratamento de lesões na coluna
Andar, correr, nadar, dormir... Para todas as ações diárias, desde as mais simples, o uso da coluna é fundamental e, por isso, os cuidados com ela são essenciais.
Estudos feitos pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, ligado à Secretaria de Estado, uma a cada três lesões na coluna atendidas no hospital ocorrem devido a quedas. Além disso, a postura também figura na lista dos vilões no que diz respeito à saúde da coluna, causando problemas que podem levar à cirurgia.
Neste sentido, a Organização Mundial da Saúde estima que mais de seis milhões de brasileiros sofram com problemas de coluna e, sendo assim, alerta que eles já são a segunda maior causa de afastamento do trabalho, ficando atrás apenas de doenças cardíacas.
No entanto, a prática de atividades física, quando realizada de forma correta e respeitando os limites do corpo, é o principal aliado para a saúde da coluna, pois os exercícios fortalecem os músculos que dão sustentação à coluna que, quando aliados a uma boa alimentação e hidratação preservam os discos intervertebrais, que precisam estar sempre forte e saudáveis para exercer a função amortecedora.
De acordo com Maurício Peixoto, à frente da Funcionall Treinamento Inteligente, os exercícios para fortalecer a coluna são prescritos após uma avaliação das disfunções e das causas das dores ou lesão, mas, basicamente, consistem em exercícios de força e resistência para dar condições aos músculos estabilizadores. “Busco fortalecer o reequilíbrio da assimentria com exercícios direcionados, assim, podemos fortalecer as musculaturas internas do tronco, desde a respiração até o controle motor de músculos grandes, como o abdómen, por exemplo”, esclarece.
Desse modo, engana-se quem pensa que, ao lesionar a coluna, os exercícios físicos devem ser proibidos. Em alguns casos, a prática de atividade física é essencial para a recuperação total, sendo necessário até um trabalho multidisciplinar, com contato direto com o médico responsável pela cirurgia, não só para saber o que foi reconstruído, mas também para ter maior conhecimento sobre como foi realizada o procedimento cirúrgico. “Inicialmente, após a cirurgia, reduzimos a tensão da musculatura ocasionada pela cirurgia, após, começamos a buscar novamente os movimentos e, em seguida, o fortalecimento dos padrões funcionais”, explica Maurício.
Um claro exemplo dos benefícios das atividades físicas para ajudar a solucionar problemas como esse é o de Antônia Palhares que começou a praticar atividade física devido a uma lesão na coluna cervical que a fez perder alguns movimentos, impossibilitando-a de realizar suas atividades normais, como corrida, yoga e jogar tênis. Por isso, optou pela cirurgia, mas antes, procurou um tratamento pós-operatório que diminuísse as dores que sentia e tornasse a recuperação mais fácil e rápida e, foi assim, que descobriu o treinamento funcional. “Foram 45 dias de treinamento que trouxeram uma melhora considerável nas dores e postura. Após a cirurgia, a indicação do médico era 90 dias sem qualquer atividade física. Conversamos sobre o treinamento que havia feito antes da cirurgia e levei as orientações para o meu personal e com 60 dias começamos a reabilitação. Após a revisão dos 90 dias a recuperação foi tão satisfatória que meu médico não me passou nenhuma fisioterapia. Hoje já recuperei vários movimentos e não sofro mais com dores constante”, relata.