Crise hídrica gera oportunidade de renda extra no DF

Startup brasiliense oferece chances de geração de renda para a população

A Lavô entrou de cabeça nos serviços online por meio de aplicativos
A Lavô mergulhou de cabeça na nova tendência de oferta de serviços online por meio de aplicativos

Não é de hoje que o mercado valoriza empresas que agregam ao valor de seus produtos ações que visem responsabilidade ambiental e social. Em tempos de crise econômica, política e hídrica, principalmente em regiões que já aderiram esquema de racionamento, como o Distrito Federal (DF), soluções criativas revelam os melhores negócios. Isso foi o que a startup Lavô fez: repaginou um serviço antigo apostando em uma saída ecologicamente correta.

A empresa funciona semelhante ao sistema do Uber. O cliente solicita lavagem de carro por aplicativo de celular, com pagamento feito no cartão de crédito ou débito, não precisando se deslocar e nem esperar em filas. O serviço não utiliza água. Para se ter uma ideia, só no primeiro mês de funcionamento em Brasília, a startup conseguiu gerar economia de recursos hídricos que abasteceriam 1600 casas.

Ao invés de usar água, a lavagem é feita com uma cera líquida (certificada ecologicamente) que age sobre a sujeira, desfragmentando-a e facilitando a limpeza, sem arranhar a pintura do veículo. “Além de ser um negócio inovador, por propor um serviço que vai até o cliente, não gera impacto ambiental pela economia de água e também por ser digital”, explica Ricardo Pereira, criador do aplicativo. A Lavô tem feito parcerias com lava jatos para expandir o sistema de lavagem a seco.


Mais trabalho

A empresa já presta atendimento em Belo Horizonte, Natal, João Pessoa, Recife, Goiânia, Brasília Vitória, Anápolis e Fortaleza. Nessas capitais, de março até junho, foram cadastradas 823 pessoas para trabalhar com a Lavô. O esquema de trabalho é uma nova fonte de renda para quem tem sofrido as consequências da crise econômica no país.

“É um negócio revolucionário tanto para o cliente que não precisa sair de onde está para ter o serviço quanto para quem decide trabalhar com a Lavô, como eu. O cliente reconhece a qualidade do serviço porque o material que usamos é muito bom e ainda consigo ganhar um dinheiro extra sem ocupar todo o meu dia com o trabalho”, conta João Batista, bombeiro militar aposentado e parceiro da Lavô.

João, 44 anos, está no aplicativo há um mês. Trabalha junto com a esposa Márcia. Queria empreender sem ter que lidar com a burocracia e sem perder a qualidade de vida. “A experiência tem sido satisfatória. Estou fazendo algo que eu gosto e vejo um potencial de crescimento muito grande nesse ramo”, afirma.
Ingressar no aplicativo é uma forma de empreendedorismo simples e barata. Não há cobrança de royalties, licença, nem grandes investimentos, como por exemplo as franquias. O que os trabalhadores buscam é um extra ou até mesmo uma saída para o desemprego.

Para captar interessados no negócio, a startup firmou parceria com a Secretaria Adjunta de Trabalho do DF. Foram abertas 600 vagas e a primeira fase de treinamento já está em andamento e acontece até o fim de junho, todas as quintas-feiras, às 9h, na quadra 6 do Setor Comercial Sul, na agência do trabalhador, além disso, os interessados podem fazer os cursos do Qualifica Mais Brasília, programa de qualificação profissional online oferecido pela secretaria.

Para o Secretário Adjunto do Trabalho Thiago Jarjour, a aposta em novos modelos de geração de renda como food trucks, aplicativos de serviços como uber, cabify e até mesmo a própria Lavô é um meio de beneficiar a população e fomentar a economia local. “Acredito que a aposta nas parcerias com startups e nos novos modelos de negócios é essencial e benéfica à população, além de melhorarmos a qualidade da prestação de serviços ainda temos a possibilidade de gerar renda extra aos trabalhadores, o que consequentemente movimenta a economia da cidade”, diz Jarjour.

Até o fim do ano, serão abertas mais 3.800 vagas. Os interessados podem se inscrever através do site. Após a inscrição, há uma pré-seleção feita pelos responsáveis pela plataforma e em seguida ele são encaminhados para o treinamento.

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